29 de abril de 2010

ANTICIGANISMO: OS CIGANOS NA EUROPA E NO BRASIL - Livro Parte 01


Imagem somente para ilustração, não faz parte do livro

Esse livro é do Antropólogo Holandês Frans Moonen e os direitos autorais do Centro de Cultura Cigana - Juiz de Fora MG, um material maravilhoso para pesquisa e entendimento da Cultura Cigana. Estarei postando por partes.

Esclareço que estou autorizada pelo autor fazer tais postagens.

Um abraço,

Rubia Zaia

No Brasil, quando se fala de minorias étnicas, imediatamente se pensa nos povos indígenas. Ninguém se lembra dos ciganos. Existem milhares de publicações sobre os índios, escritas por antropólogos brasileiros e estrangeiros. Hoje possuimos informações detalhadas e atualizadas sobre quase todos os povos indígenas. Desde 1910 existe um órgão governamental, atualmente chamado FUNAI (Fundação Nacional do Índio), criado especialmente para tratar dos assuntos indígenas, baseando-se na Lei nº 6.001/73, mais conhecida como o Estatuto do Índio. Existem leis que, pelo menos em teoria, protegem os povos indígenas. Existem, ainda, dezenas de organizações não governamentais de apoio ao índio, no Brasil e no exterior. A partir da década de 80 começaram a surgir organizações indígenas regionais ou nacionais. Há muito tempo existe o Dia do Índio. A Constituição Federal de 1988 atribuiu ao Ministério Público Federal a defesa também dos direitos e interesses indígenas (CF, Art. 232). A Lei Complementar 75, de 20.05.1993, ampliou ainda mais a ação do MPF ao atribuí-lo a proteção dos interesses relativos às minorias étnicas em geral, incluindo-se nestas também as comunidades negras isoladas (antigos quilombos) e os ciganos. A defesa dos direitos e interesses ciganos, no entanto, é bem mais difícil e complexa, porque a bibliografia sobre ciganos no Brasil é muito reduzida por causa da quase inexistência de antropólogos e outros cientistas que realizaram pesquisa sobre os ciganos brasileiros. Não existe um órgão governamental para tratar especificamente dos assuntos ciganos; nenhuma lei lhes dá proteção especial; na Constituição Federal nem sequer são mencionados. Desconheço a existência de organizações não governamentais pró-ciganas no Brasil. O Movimento Cigano está ensaiando seus primeiros passos: existem várias organizações ciganas mas apenas com atuação local ou regional, e nenhuma que representa todos os ciganos brasileiros. Um Decreto publicado no Diário Oficial da União de 26.05.2006 instituiu o dia 24 de maio como o Dia Nacional do Cigano, mas esqueceram de informar a imprensa e os estabelecimentos de ensino, como também os próprios ciganos, que ignoraram o fato em 2007. Sem exagero algum, pode-se afirmar que os ciganos constituem a minoria étnica menos conhecida, e talvez por isso mais odiada e discriminada do Brasil. A maior parte deste livro trata dos ciganos europeus, sobre os quais existe uma ampla bibliografia que permite reconstruir sua história, desde a chegada na Europa, no início do século XV até os dias atuais. E sempre mais são publicados ensaios sobre o anticiganismo, como também sobre os direitos e as reivindicações dos ciganos na atualidade. O livro contém poucas informações sobre o Brasil. Isto porque a quantidade e a qualidade dos ensaios sobre ciganos brasileiros deixa muito a desejar. E praticamente inexistem estudos sobre o anticiganismo e os direitos ciganos no Brasil. A produção ciganológica existente é insuficiente para alguém escrever um tratado sobre a situação dos ciganos brasileiros na atualidade. Para preencher esta lacuna, antes de tudo será necessário que sejam realizadas mais e melhores pesquisas sobre as minorias ciganas, em geral e no Brasil. Não tenho esperança que isto aconteça a curto prazo. Na 25ª Reunião Brasileira de Antropologia, em 2006, cerca de 1.200 antropólogos apresentaram comunicações: somente duas trataram de ciganos. Nas outras áreas científicas, como sociologia, geografia e história, a situação não deve ser muito diferente.

Numa passeata de ciganos em Amsterdam, nos anos 90, um menino carregava um cartaz com as palavras: ―IGNORÂNCIA gera MEDO gera PRECONCEITO. Acrescentaria que PRECONCEITO gera DISCRIMINAÇÃO. Espero que este livro contribua para diminuir a ignorância sobre os ciganos. Porque somente acabando primeiro com a ignorância, podemos acabar também com o anticiganismo.

Frans Moonen

Banho de assento: Um santo remédio!


A matéria mais abundante em nosso planeta não é sólida, mas sim líquida. Basta ver o mapa e percebemos que existe mais água do que terra. A água é um elemento vital, sem ela não existe vida. Sendo assim, o remédio mais eficaz do nosso planeta. Vamos entender melhor os banhos que favorecem nosso equilíbrio orgânico


Os banhos de tronco e de assento — podem ser feitos em uma banheira de assento ou numa bacia grande: dão ao organismo melhor condicionamento preventivo e terapêutico frente aos problemas de saúde. Eles produzem reações benéficas do sistema nervoso e imunológico; atuam sobre a circulação sanguínea e sobre o metabolismo, favorecendo o regulamento térmico. Sua ação sobre os órgãos eliminatórios ativa a expulsão de substâncias nocivas presentes no organismo.

Aplicação correta dos banhos

Princípios que devemos observar

1. A pessoa que não está habituada a temperaturas muito elevadas (acima de 40°C) ou muito baixas (abaixo de 20°C) deve adaptar-se, gradualmente, mediante aplicações mais amenas.

2. Quanto mais drástica for a temperatura da água, mais rápida deve ser a aplicação, para ser mais eficiente.

3. A pessoa com distúrbios da pressão arterial, anêmica, debilitada ou idosa deve usar somente aplicações amenas — nem muito frias e nem muito quentes — e menos demoradas.

4. A mulher deve evitar os banhos medicinais durante o período menstrual e durante a gestação.

5. Quando fizer aplicações quentes:

• beba água fresca antes e após;
• repouse de 15 a 30 minutos após a aplicação;
• logo em seguida faça uma aplicação de água fria rápida em toda a região atingida. Esta aplicação pode ser feita derramando água fria do chuveiro (com chuveirinho ou com caneco), passando um pano encharcado em água fria ou ainda baixando a temperatura do banho para 33°C (temperatura considerada neutra). Isso é muito importante para evitar resfriamentos.

6. Quando fizer aplicações frias:
• os pés, as pernas, as mãos, os braços e a pele devem ser aquecidos antes e logo após a aplicação agasalhando-nos no leito ou mediante exercício, bolsas de água quente, sauna, banho de sol ou escalda-pés bem quente. Em lugar ou dia frio, recomenda-se beber água, chá ou suco quente logo após o banho.

7. O banho deve terminar, pelo menos, meia hora antes das refeições ou deve ser feito, no mínimo, duas horas após as mesmas. Isso previne problemas digestivos.

8. Em dia frio é bom manter o local do banho aquecido ou cobrir-se (envolvendo também a banheira) com um cobertor.

9. Não devemos submergir as extremidades (pés, mãos e antebraços) na água durante o banho. Isso dispersa o efeito.

10. Em todos os tipos de banho de assento ou de tronco devemos manter os pés aquecidos, submergindo-os noutro recipiente com água quente (40°C a 45°C) durante a aplicação.

11. Durante as aplicações quentes mantemos a cabeça fria utilizando uma espécie de turbante feito com toalha molhada.

12. Para manter a temperatura da água durante as aplicações quentes ou aumentar a temperatura, utilizamos uma chaleira com água fervente e acrescentamos, aos poucos, observando o termômetro.

13. Observamos a temperatura indicada para cada aplicação utilizando um termômetro para água. Podemos utilizar os termômetros usados para banho de nenê. Os termômetros axilares não servem.

14. Devemos estabelecer um programa regular de aplicações, tanto para prevenção, como para fins terapêuticos. Em alguns casos, apenas obtemos resultados após várias aplicações regulares. As aplicações mais amenas podem ser diárias. As mais drásticas são feitas duas a quatro vezes por semana — dependendo da constituição física da pessoa.

Banhos

Banho simples de assento

Neste tratamento a água atinge apenas a região das nádegas e a região genital — abaixo do umbigo.

1. Frio
a) Temperatura: 13 a 24°C
b) Duração: de 20 segundos a 20 minutos — o tempo é relativo ao hábito da pessoa em fazer aplicações com água fria, relativo à temperatura da água (quanto mais fria, mais rápida deve ser a aplicação), ao estado geral de saúde e aos objetivos da aplicação, segundo a indicação.
c) Indicações: febres amenas (37° a 39°C), inflamação ou congestão de órgãos abdominais e pélvicos, hemorróidas, gases intestinais, impotência sexual, dores de cabeça, insolação e congestionamento dos brônquios.
d) Contra-indicações: doenças renais e da bexiga, tuberculose, lesões cardíacas, anemia, doenças reumáticas ou durante o período menstrual.

2. Morno
a) Temperatura: 33 a 38°C
b) Duração: 15 a 60 minutos
c) Indicações: hemorróidas muito sensíveis que não toleram a água fria, para o relaxamento muscular ou como efeito sedativo sobre o sistema nervoso.

Além dessas indicações, este banho é aplicado como opção para aqueles que não toleram a água fria ou estejam incluídos nas contra-indicações.

3. Quente
a) Temperatura: 38 a 45°C
b) Duração: 15 a 40 minutos, de acordo com a indicação.
c) Indicações: cistite e menstruação dolorosa ou difícil.

Em caso de insônia o banho deve ser feito antes de dormir e, logo após o banho, aplicamos uma compressa fria, grossa, sobre o abdômen, coberta com um plástico para impedir que a umidade passe para a roupa e permitir que o calor seja conservado, quando o corpo aquecer a compressa. A compressa deve ser mantida por uma ou duas horas ou até que a pessoa acorde.

Para dor ciática podemos usar sal marinho, chá de taioba etc.

Para corrimentos vaginais utilizamos chá de taioba, de folhas de bardana, folhas de nogueira, vinagre de maçã (mais ou menos uma xícara de chá para cada 5 litros de água).

Micoses na região atingida pelo banho de assento podem ser tratadas como corrimento vaginal.

Banho de assento frio com fricção no baixo ventre

Este banho é realizado com movimentos de fricção na região inferior ao umbigo da direita para a esquerda, utilizando uma pequena toalha ou uma luva de tecido atoalhado.

a) Temperatura: 10 a 15°C
b) Duração: a mesma do banho de assento frio ou de 1 a 5 minutos até três vezes ao dia.
c) Indicações: atua sobre o sistema neuro-vegetativo promovendo uma estimulação geral do organismo, combate a prisão de ventre, estimula os órgãos reprodutores e a bexiga, combate afecções do reto e ânus (hemorróidas e fístulas), descongestiona o cérebro e os pulmões, diminui a febre, age como sedativo do sistema nervoso e alivia cólicas menstruais.
d) Contra-indicações: as mesmas do banho de assento frio simples.

Este banho também é indicado durante toda a gravidez, à temperatura de 28 a 30°C, para proporcionar um bom parto. Nesse caso, a duração é de 3 a 10 minutos.

Banho de tronco

Neste banho a água deve alcançar as costelas, abrangendo a maior área possível do tronco e do abdômen.

1. Frio
a) Temperatura: 28 a 30°C
b) Duração: 20 segundos a 20 minutos
c) Indicações: febre alta (39 a 41°C). Logo após o banho a pessoa se agasalha — sem se enxugar — e volta ao leito.

Feito duas ou três vezes por semana, o banho com duração de 1 a 2 minutos ativa as evacuações intestinais, a expulsão dos gases intestinais, regulariza a circulação sangüínea, promove o sono e previne resfriados.
d) Contra-indicações: São as mesmas do banho de assento frio. Muito cuidado para não fazer em pessoa debilitada.

2. Morno
a) Temperatura: 33 a 38°C
b) Duração: 15 a 60 minutos
c) Indicações: insônia, excitação nervosa, arteriosclerose, febre moderada (37 a 39°C) e hipertensão.

3. Quente
a) Temperatura: 38 a 43°C
b) Duração: 15 a 30 minutos
c) Indicações: lombalgia (dor na região baixa da coluna vertebral e das costas), dor ciática, cólicas renais e da vesícula biliar, inflamações renais, artrose na região lombar e toráxica baixa da coluna vertebral, artrose coxo-femural e diabete. É bom para promover a transpiração.
d) Contra-indicações: hipertensão, hipotensão, hipoglicemia, doenças cardíacas, hemorragias internas ou período menstrual.

Banho de tronco de calor crescente

a) Temperatura: 37 a 44°C
b) Duração: 10 a 30 minutos
c) Indicações: Para pessoa debilitada ou anêmica que não tolera aplicações frias.

Melhora a circulação sangüínea sob a pele.

É bom em caso de resfriado, gripe, infecções, dor reumática, lombo-ciática e para promover a transpiração.
d) Contra-indicações: as mesmas do banho de tronco quente.



Fontes:

Louis Kuhne. Cura pela água - (Hemus)
Sebastian Kneipp. A minha cura d'água - (Vozes)

27 de abril de 2010

O HOLOCAUSTO CIGANO



A mais selvagem e bárbara perseguição aos ciganos de que se tem notícia, em toda a História da Humanidade, ocorreu não em séculos passados, entre povos então ditos “primitivos” ou “selvagens”, ou no Brasil, mas em pleno Século XX, na Alemanha, país (pelo menos até então) considerado “civilizado”. As únicas vítimas do terror nazista que costumam ser lembradas, no entanto, são apenas os judeus, e quase nunca os ciganos. Enquanto hoje a bibliografia sobre o holocausto judeu é imensa, não faltando inclusive museus e memoriais especialmente construídos para lembrar este triste genocídio, o holocausto cigano sempre foi considerado um fato de menor importância. Os documentos históricos provam que não foi bem assim e que, lamentavelmente, ao lado de cerca de seis milhões de judeus, nos mesmos campos de concentração, nas mesmas câmaras de gás, nos mesmos crematórios, ou então fora deles num lugar qualquer da Europa, foram massacrados também cerca de 250 a 500 mil ciganos. Só recentemente começaram a ser publicados ensaios, inclusive por autores alemães da geração pós-guerra, sobre este “holocausto esquecido”, o holocausto cigano, que os intelectuais ciganos de hoje preferem chamar de ‘poraimos’, para diferenciá-lo do holocausto judeu.

Gilsenbach cita três fatores que facilitaram a perseguição aos ciganos na Alemanha antes e durante a II Guerra Mundial: o já tradicional ódio dos alemães e de outros europeus aos ciganos, existente já desde o Século XV; os arquivos desde o final do Século XIX existentes sobre ciganos na polícia criminal e as teorias de antropólogos, psiquiatras e médicos sobre “higiene racial” e “biologia criminal”. O tradicional ódio aos ciganos já foi visto anteriormente; os outros dois fatores, e principalmente o último, precisam de alguns comentários.

No início do Século XX, as políticas (anti)ciganas alemãs não foram idênticas em todo o país, mas cada Estado ou Província [Land] inventava as suas. Em Munique, na Bavária, já em 1899 criou-se um Serviço de Informação Cigana que registrava todos os ciganos do Estado. Em 1905 o seu diretor, Alfred Dillmann, publicou os primeiros resultados no Zigeunerbuch [O Livro Cigano, também vendido nas livrarias] que continha o registro, com uma dezena de dados pessoais, de 3.350 ciganos e que se destinava a ajudar a polícia na ‘erradicação da praga cigana’.

Em 1925/26 a Bavária editou uma lei que tornou obrigatória a vida sedentária e condenou a dois anos de trabalhos forçados ciganos não regularmente empregados, lei que em 1929 passou a ser válida na Alemanha toda. Mas já em 1927, todos os ciganos alemães foram obrigados a andarem sempre com um documento de identidade, com retrato, impressões digitais e outros dados pessoais. Alguns anos depois foi criado o Serviço Central de Combate à Praga Cigana, órgão nacional que incorporou o Serviço de Munique e outros semelhantes então existentes, e passou a ser dirigido pelo mesmo Dillmann, que em pouco tempo reuniu informações sobre mais de trinta mil ciganos alemães. Este Serviço anti-cigano foi extinto em 1947, mas recriado em 1953, embora com outro nome; definitivamente extinto foi somente em 1970, vinte e cinco anos após o término da II Guerra Mundial!

O Serviço alemão de Combate à Praga Cigana, sem dúvida alguma, foi o mais eficiente do mundo e poucos ciganos devem ter escapado de seus registros. No entanto, também em outros países foram realizados recenseamentos ciganos, foram criados cadastros permanentes da população cigana e criadas leis para evitar ou, pelo menos, controlar a sua presença no país. Até a famosa Interpol (na época chamada Comissão Internacional de Polícia Criminal) criou em 1936, em Viena, um Centro Internacional para a Luta contra a Praga Cigana, cujos arquivos foram destruídos em 1945. Ou seja, quando em 1933 os nazistas chegaram ao poder, tanto na Alemanha quanto em vários países vizinhos (p.ex. França e Holanda) que depois seriam ocupados, a maioria dos ciganos já estava devidamente registrada e identificada, e já existiam políticas anti-ciganas.

A diferença era que agora os ciganos passaram a ser perseguidos - e depois exterminados - também por motivos raciais, e não apenas por serem considerados associais ou criminosos natos. Embora os alemães tenham negado isto após a II Guerra Mundial, quando foram obrigados a pagar indenizações às vítimas perseguidas por motivos raciais (admitindo-se como caso único os judeus), e embora tenham sempre afirmado que os ciganos foram perseguidos por serem “associais”, e não por serem de uma raça diferente, não resta a menor dúvida que ambos os fatores pesaram na perseguição. Muitos documentos e ensaios “científicos” da época comprovam, sem sombra de dúvida, que não somente os judeus, mas também os ciganos eram considerados membros de “raças” diferentes consideradas perigosas, porque poderiam contaminar a pureza racial ‘ariana’. Para esta justificativa “racial”, a Alemanha pôde contar com vários médicos, biólogos e antropólogos.

Já em 1904 o antropólogo Alfred Ploetz fundou um “Arquivo para Raciologia e Biologia Social”, que no ano seguinte virou “Sociedade para Higiene Racial”. Anos depois, os antropólogos Bauer, Fischer e Lenz publicaram um manual sobre Genética Humana e Higiene Racial, que foi lido por Hitler quando, prisioneiro em 1924, escreveu Mein Kampf, a futura biblia nazista.Não pretendemos citar aqui todos os institutos alemães na época considerados ‘científicos’, ou todos os biologos, antropólogos e outros cientistas que na época se dedicaram a pesquisas raciais, eugenéticas e ciganas, porque estes dados encheriam algumas dezenas de páginas. Dois nomes, no entanto, merecem destaque, porque são citados por praticamente todos os autores que tratam desta época: o médico psiquiatra Robert Ritter e sua assistente, a enfermeira Eva Dustin, entre os ciganos Sinti mais conhecida como Lolitschai, “a moça ruiva”.

Em 1937 Ritter se tornou diretor do Centro de Pesquisa para Higiene Racial e Biologia Populacional, com sede em Berlim, onde se dedicou intensivamente às pesquisas ciganas. Somente o nome deste Centro já é suficiente para provar que os ciganos eram considerados uma “raça’ diferente. Neste Centro, entre outras coisas, Ritter investigava uma suposta relação entre hereditariedade e criminalidade, elaborando complicadas árvores genealógicas de ciganos para medir o grau de ‘mistura racial’, para o que utilizava inclusive os dados do já citado Serviço de Informação Cigana de Munique, que foram transferidos para Berlim.

Ritter e os membros de sua equipe eram defensores da “eugenética”, ou “higiene racial”, segundo a qual devia ser evitada a procriação de elementos nocivos à sociedade. Entre as pessoas nocivas estavam não apenas os deficientes físicos e mentais, mas também os “associais hereditários” (mendigos, vagabundos, prostitutas, alcoólatras, homosexuais, desempregados crônicos, e.o., como se estas características fossem transmissíveis hereditariamente!), e as minorias raciais nocivas, como os ciganos e os judeus. Para “limpar” a raça humana, Ritter e outros tantos “eugenéticos” da época inicialmente propunham a esterilização destas pessoas (a total eliminação física só seria proposta alguns anos depois). Estima-se que na Alemanha nazista cerca de 400.000 pessoas foram esterilizadas, entre as quais muitos ciganos.

O mesmo aconteceu, por sinal, também em outros países, inclusive nos Estados Unidos, onde até 1939 comprovadamente cerca de 30.000 pessoas “indesejáveis” foram contra a sua vontade esterilizadas. Mas estes tristes episódios, como também os vergonhosos campos de concentração para japoneses e seus descendentes nos Estados Unidos, durante a II Guerra Mundial, os historiadores americanos preferem ‘esquecer’, principalmente nos livros didáticos e, oficialmente, ‘nunca aconteceram’.

Foi nesta época que os biólogos alemães tentaram deseperadamente descobrir, com fins práticos, quais eram as características “raciais” ciganas, já que na maioria dos casos era impossível distinguir os ciganos do resto da população alemã através de características físicas específicas. Mas mesmo Ritter e seus colegas nunca foram capazes de descrever estas características. Daí porque, na Alemanha daquele tempo, era classificado como “Z” (de “Zigeuner”), ou seja “cigano puro” todo indivíduo com quatro ou três avós “verdadeiros ciganos”; como “ZM+” ou mestiço em primeiro grau era classificado quem tinha menos do que três avós “verdadeiros ciganos”; “ZM-” era o mestiço em segundo grau que tinha pelo menos dois avós “ciganos-mestiços”; avó ou avô “verdadeiro cigano” era aquele que sempre tinha sido reconhecido, pela opinião pública, como “cigano”. Ou seja, no final das contas tratava-se de critérios subjetivos, e não científicos. Ritter chegou a classificar “racialmente” cerca de 25 a 30 mil ciganos alemães, mas a quase totalidade era, segundo ele, formada por mestiços, ou seja, eram candidatos à esterilização, confinamento em campos de concentração e, finalmente, extermínio.

No início dos anos 40 alguns nazistas intencionavam ainda conservar para a posterioridade uma “amostra” de Sinti “puros”, melhor dito, oito famílias Sinti e uma família Lalleri, que seriam confinadas numa espécie de “reserva cigana” a ser criada na Hungria e administrada pelo Instituto do Patrimônio Histórico. Esta “reserva cigana” nunca chegou a se tornar realidade; no final, também estes ciganos “puros” terminaram nos campos de concentração ou de extermínio. Em 1940, Ritter escreveu num relatório:


“Fomos capazes de provar que mais do que 90% dos assim chamados ciganos nativos são mestiços...... Outros resultados de nossas investigações permitem-nos caracterizar os ciganos como um povo de origens etnológicas totalmente primitivas, cujo atraso mental os torna incapazes de uma real adaptação social..... A questão cigana só pode ser resolvida reunindo o grosso dos mestiços ciganos associais e imprestáveis em grandes campos de trabalho e mantendo-os trabalhando, e parando para sempre a futura procriação desta população mestiça”.
Para cada cigano, Ritter emitia então um “Certificado”, assinado por ele pessoalmente ou por sua assistente Eva Justin, no qual constavam além do nome e dados pessoais, o grau de ciganidade. Quase sempre o diagnóstico era: “mestiço cigano”, o que na prática correspondia a uma condenação à esterilização ou à deportação e internação (e posterior extermínio) em campos de concentração.

Eva Justin, na época, era apenas uma simples enfermeira, sem qualquer formação acadêmica, mas que apesar disto sonhava com o título de Doutor, e para obtê-lo escreveu uma ‘tese’ sobre a suposta inadaptabilidade social de crianças ciganas, estudando durante apenas seis semanas um grupo de crianças ciganas internadas numa espécie de orfanato, sem contato com seus pais ou outros ciganos adultos. Obviamente chegou à conclusão que a boa educação recebida neste internato de nada adiantou e que as crianças continuaram tão associais como antes; para ela, crianças ciganas eram simplesmente incorrigíveis, eram associais e criminosos natos.

A “tese” foi defendida em 1943, na Universidade de Berlim. Poucos dias após a obtenção do diploma, as 39 crianças ciganas do orfanato, as cobaias de sua pesquisa e que até então tinham sido poupadas, foram deportadas para Auschwitz; somente quatro sobreviveram.

A partir de 1942 os métodos eugenéticos (esterilização e confinamento) foram substituídos por outro, considerado mais eficiente: o genocídio, ou seja a eliminação física destas pessoas, nos campos de concentração e fora deles. Em dezembro de 1942, Himmler ordena enviar todos os ciganos alemães para Auschwitz-Birkenau, então dirigida por Josef Mengele, onde foi instalada uma seção com 40 barracas só para ciganos, ordem depois repetida nos territórios ocupados. Dos 23.000 ciganos internados no campo de extermínio de Auschwitz, cerca de 20.000 morreram e uns 3.000 foram transferidos para outros campos. Os últimos ciganos de Auschwitz, conforme a metódica contabilidade alemã exatamente 2.897, foram todos enviados para as câmaras de gás na noite de 2 de agosto de 1944.

Também outros campos de concentração receberam ciganos, embora em número menor do que Auschwitz. Bernadac publica quase três centenas de páginas com testemunhos de ciganos internados em vários destes campos de concentração. Nem todos eram campos de extermínio e possuíam câmaras de gás e crematórios, mas nem por isto eram menos desumanos. Em Bergen-Belsen, por exemplo, os internos, entre os quais muitos ciganos, eram lentamente assassinados por inanição, sendo os mortos enterrados em enormes valas perto do campo. Quando Bergen-Belsen foi tomado pelos ingleses, em 1945, encontraram cerca de 10.000 corpos ainda insepultos, e cerca de 40.000 pessoas ainda vivas, das quais pouco depois ainda morreram umas 13.000, em parte por causa dos maus tratos e doenças anteriores (em especial o tifo), em parte também por causa da super-alimentação logo dada pelos bem intencionados ingleses, mas que muitos dos subnutridos já não conseguiram mais digerir. Fatos semelhantes foram registrados também em outros campos de concentração. Exércitos não costumam levar também nutricionistas, e por isso, na época, ainda não se sabia – ou pelo menos os soldados e oficiais ainda não sabiam - que pessoas altamente subnutridas também podem morrer por causa de repentina super-alimentação.

Na França existiam até campos de concentração somente para ciganos, administrados pelas próprias autoridades francesas. Não se tratava de campos de extermínio, mas quase sempre de campos de trabalhos forçados e por serem campos em geral pequenos, para uma centena até alguns poucos milhares de pessoas, as condições de vida eram, em geral, melhores do que nos campos administrados pelos alemães. Bernadac chama estes campos, apropriadamente, “as antecâmaras francesas de Auschwitz”, porque principalmente no final da guerra, muitos dos 30 mil ciganos internados nestes campos franceses foram deportados para os campos de extermínio existentes na Alemanha e em outros países.

O tratamento desumano, as terríveis experiências médicas, as câmaras de gás e os crematórios, e outros tantos horrores cometidos pelos alemães nestes campos de concentração, supomos suficientemente conhecidos por todos. Estima-se que 250 a 500 mil de ciganos foram assassinados pelos nazistas. Os números exatos nunca serão conhecidos, mas todos os documentos provam que os judeus não foram as únicas vítimas da perseguição racista pelos nazistas. A única diferença é que o holocausto judeu, e com justa razão, até hoje sempre costuma ser relembrado e não faltam memoriais para lembrar isto, inclusive em Auschwitz. O holocausto cigano, no entanto, costuma ser varrido debaixo do tapete, costuma ser simplesmente ignorado ou esquecido, como algo de menor importância, ou pior ainda como algo que nunca aconteceu, e praticamente não existem monumentos que lembram o holocausto cigano.

A II Guerra Mundial terminou há pouco mais de meio século. Centenas de milhares de judeus receberam indenizações do governo alemão, e o povo judeu recebeu uma Pátria nova (Israel 1948). Os ciganos nunca foram indenizados e nunca receberam nada, sob a alegação de que foram perseguidos e exterminados não por motivos “raciais”, mas por serem associais e criminosos comuns; outros tiveram seus pedidos de indenização negados porque não conseguiram apresentar os testemunhos necessários.

Todas as pesquisas de Ritter e outros sobre as características raciais dos ciganos, suas medições físicas, suas amostras de sangue, as crueis experiências biológicas de Mengele com ciganos em Auschwitz, foram de repente esquecidas. Preferiu-se esquecer ainda circulares oficiais como uma já de 1938, sobre “O combate à praga cigana”, que afirmava: “A experiência até agora acumulada no combate à praga cigana e os resultados da pesquisa biológica-racial mostram que é recomendável abordar a regulamentação da questão cigana do ponto de vista racial”, como de fato aconteceu depois.

O famoso Tribunal de Nuremberg, instituído pelos ‘aliados’ logo após a II Guerra Mundial para condenar europeus que cometeram crimes contra a Humanidade, concentrou suas atividades em crimes contra judeus, mas não há registro de criminosos de guerra condenados por crimes cometidos contra ciganos. Inúmeros judeus – e com toda a razão – tiveram oportunidade para apresentar seus depoimentos e suas denúncias, mas nenhum cigano foi convocado ou aceito para depor ou para denunciar.

Antes pelo contrário, alguns conhecidos e comprovados criminosos anti-ciganos (mas não anti-judeus!) foram até promovidos: Robert Ritter e Eva Justin, por exemplo, foram considerados inocentes e após a guerra viveram ainda um bom tempo exercendo tranquilamente a profissão! Em sua defesa foi alegado que os dois nunca mataram pessoalmente um cigano! Que comprovadamente mandaram dezenas de milhares de ciganos para a morte com seus pseudo-científicos “Certificados de Ciganidade”, não foi levado em consideração. Em 1947 a prefeitura de Frankfurt contratou Ritter como psiquiatra infantil, e no ano seguinte Eva Justin foi contratada como psicóloga criminal e infantil, para cuidar - imaginem só! - da re-educação de crianças associais e desajustadas, muitas das quais certamente vítimas da guerra.

Ainda hoje o holocausto cigano é pouco conhecido do grande público. Também em documentários e em comemorações das vítimas do holocausto nazista, ou em monumentos construídos em sua homenagem, sempre são lembrados apenas os judeus, e nunca os ciganos. Pelo contrário, mesmo depois da guerra os ciganos continuaram sendo discriminados da mesma forma, ou talvez até pior do que antes. Atualmente, no entanto, em livros e revistas que tratam do holocausto, está se tornando ‘politicamente correto’ falar não apenas dos judeus, mas também dos ciganos, enquanto também o número de livros e artigos que tratam do assunto está aumentando sempre mais.

Mesmo depois da guerra, os ciganos continuaram sendo discriminados da mesma forma, ou talvez até pior do que antes. Principalmente nos círculos policiais, todas as antigas ideologias e imagens anti-ciganas continuaram existindo, pelo que nada mudou também nas atitudes anti-ciganas, excluindo-se apenas o genocídio. Os ciganos continuaram pessoas indesejadas e odiadas em toda a Alemanha. Até vários dos assim chamados ‘ciganólogos’ alemães continuaram publicando ensaios nitidamente anti-ciganos.

Ainda hoje, mais de cinquenta anos depois da II Guerra Mundial, pouca coisa mudou. Na decada de 90, após a reunificação das duas Alemanhas (Ocidental e Oriental) e o fim da União Soviética, a Alemanha se tornou o país preferido por dezenas de milhares de refugiados e migrantes do Leste, entre os quais muitos ciganos, principalmente da Romênia e da ex-Iugoslávia. Jansen informa que: "de 1989 a 1990, o número de refugiados vindos da Romênia cresceu mais de dez vezes, de cerca de 3.000 para 35.000. Dois terços deles são Roma. Somente no mês de outubro de 1992, foram registrados na Alemanha 15.000 refugiados da Romênia". Em 1992/93 o governo alemão pagou ao governo romeno mais de 25 milhões de marcos para receber de volta cerca de 50.000 cidadãos romenos, a maioria dos quais Rom. Ninguém perguntou aos Rom se eles realmente queriam voltar, e a sua ‘repatriação’ foi compulsória.

Diga-se de passagem que esta repatriação teve a aprovação também de muitos Sinti, ciganos com nacionalidade alemã e há muito tempo residindo no país e quase todos bem integrados na sociedade nacional, porque temeram que a população os identificasse com os Rom do Leste, segundo eles responsáveis por todos os estereótipos e preconceitos anti-ciganos. Já vimos anteriormente que também na Holanda os ciganos holandeses tradicionais (com nacionalidade holandesa) não gostaram nada da repentina imigração de Rom do Leste, pelo que inclusive ajudaram o Governo a contrabandear ilegalmente muitos destes ciganos “estrangeiros” de volta para algum país vizinho. Comprovadamente, pelo menos na Europa, os ciganos não somente são odiados pelos não-ciganos, mas também – e o que é bem mais grave - se odeiam mutuamente.

Inclusive na Europa do Leste. Segundo Gozdziak, após 1989 muitos Rom romenos migraram também para a Polônia, um país no qual também, há muito tempo, existe uma forte discriminação anti-cigana, apesar da qual muitos antigos ciganos poloneses conseguiram integrar-se no país. Para estes tradicionais ciganos polonêses, a chegada de milhares de ciganos romenos apenas piorou ainda mais a situação: "Os Rom poloneses não se relacionam com os ciganos romenos..... ‘Eles não são meus irmãos’, diz um rom polonês, ‘... nós somos muito diferentes deles, nós não pedimos esmolas nas ruas. Nós não somos dependentes de nínguém, Nós conquistamos aqui nosso espaço. Nossas mulheres são limpas, e as crianças tomam banho. Nós construimos casas e não dormimos no chão. Os ciganos romenos nos envergonham’ ". O fato de este Rom identificar os ciganos poloneses como 'Rom', e os ciganos romenos - sem dúvida alguma Rom - apenas como 'ciganos', é apenas mais uma manifestação de discriminação cigana anti-cigana, e que, lamentavelmente, existe e foi registrada em praticamente todos os países.

Vergonha: talvez seja esta a palavra chave que explique o anti-ciganismo dos próprios ciganos em países nos quais há séculos residem e que, bem ou mal, já conseguiram integrar-se na sociedade nacional, que são sedentários, exercem alguma profissão perfeitamente legal, cujos filhos estudam, e que não são identificados ou identificáveis como 'ciganos', e por isso também não são perseguidos e discriminados.

Entende-se que a chegada repentina de centenas ou milhares de rom orientais maltrapilhos, famintos, imundos, analfabetos e que, para sobreviver, vivem mendigando, enganando ou furtando, ou até envolvendo-se em atividades ilegais como contrabando e o tráfico de drogas, é um pesadelo e uma ameaça para os tradicionais ciganos não somente na Europa Ocidental, mas também em alguns países da Europa Oriental, como a Polônia.

Se até os próprios Rom pensam assim sobre os imigrantes e refugiados Rom romenos, (ex) iugoslavos, (ex) tchecoslovacos, albaneses ou outros, não se pode estranhar opiniões e atitudes ainda piores entre a população não-cigana. Numa pesquisa de opinião pública realizada na Alemanha em 1992, os ciganos obtiveram o mais alto índice de rejeição: 64%. A rejeição de outras conhecidas minorias era: muçulmanos 17%, indianos 14% e judeus 7%.

Grande também é o número de imigrantes e refugiados da ex-Iugoslávia. Milhares de ciganos iugoslavos, que desde 1989 tentaram em vão obter asilo na Alemanha, foram depois compulsoriamente "repatriados" - eufemismo para "deportados"

É compreensível que estas massas de refugiados não sejam bem-vindas na Alemanha, como aliás em nenhum outro país europeu. Afinal de contas, por causa de tratados internacionais, todos eles devem receber alimentação, hospedagem, assistência social, assistência médica, etc., ou seja, devem ser mantidos às custas dos contribuintes não-ciganos. E tudo isto justamente numa época em que também a quase totalidade dos países europeus passa por profundas crises econômicas e têm altos índices de desemprego.

Além disto, por causa dos preconceitos já existentes, os ciganos migrantes ou refugiados do Leste quase nunca recebem a devida assistência, e por isso são obrigados a mendigar, furtar, vender drogas, etc. pelo que os preconceitos aumentam mais ainda. Porque, obviamente, muitos deles são presos e terminam nas páginas policiais dos jornais, nas quais costumam ser identificados como 'ciganos', embora os jornalistas não costumem informar nada sobre a nacionalidade ou identidade étnica dos outros milhares de criminosos presos por causa de 'crimes' idênticos ou semelhantes.
Daí porque a imprensa não se cansa de noticiar incêndios de residências ciganas e outras violências contra ciganos e contra outras minorias étnicas na Alemanha (e em vários outros países europeus), cometidas por neo-nazistas, skinheads e outros grupos ultra-direitistas, ou a repatriação forçada, pelo Governo, de milhares de ciganos para seus países de origem. Na Alemanha de hoje, apesar das belas recomendações pró-ciganas da União Européia, da qual o país faz parte, a vida dos ciganos ainda é difícil, e os tradicionais preconceitos e as centenares discriminações continuam existindo, como antes

Fonte: Nucleo de Estudos Ciganos - Recife - Ano 2000

26 de abril de 2010

UTILIDADES DO SAL - MUITO CURIOSO!


É sempre muito bem-vindo os segredinhos que nos auxiliam. Esse bendito "sal" é realmente uma benção em nossas vidas! Muitas dicas bacanas.

SALA DE ESTAR CARPETES – As cores podem ser restauradas com o auxílio de um pano umedecido em uma solução, meio a meio, de sal e água. Quando usar novos tapetes de lã, lembre-se de que as traças não gostam de sal. O segredo é esfregar o chão com uma solução concentrada de sal e água quente antes de assentar o carpete.

LAREIRAS – Outro segredo do sal, que possibilita às lareiras um funcionamento melhor e mais seguro: jogue um punhado de sal no chamuscar do fogo. Aprecie as bonitas labaredas amarelas enquanto o sal remove a fuligem acumulada e ajuda a evitar incêndios perigosos na chaminé. É um segredo que vale por dois!

PAREDES – Ficou algum buraco feio na parede de onde você tirou um quadro?
Não se desespere, fazendo você mesmo a restauração. Misture quantidades iguais de sal e amido com água suficiente para fazer um pasta. Os buracos poderão ser facilmente restaurados com esta pasta, e ninguém descobrirá o seu segredo.

PEIXINHOS DOURADOS – Ocasionalmente dissolva uma colher de chá de sal em um litro de água fresca, à temperatura ambiente e coloque seus peixinhos dourados para nadar nesta solução por uns quinze minutos, devolvendo-os após essa operação, para o seu próprio aquário. Isto os manterá saudáveis.

SALA DE JANTAR MANCHAS NA MESA – Não é novidade que pratos e copos quentes, ou molhados, deixam manchas brancas nas mesas. Aqui está um segredo para removê-las: faça uma pasta rala de óleo de salada e sal em proporções mais ou menos iguais. Esfregue a pasta sobre a mancha e deixe em repouso por uma ou duas horas. Em seguida remova a pasta, esfregando-a até sair. As manchas desaparecerão.

COMIDA NO CARPETE DA SALA DE JANTAR – Manchas de gordura nos carpetes podem ser removidas com uma solução de uma parte de sal para quatro partes de álcool. Esfregue sobre a mancha firmemente até esta desaparecer.

FLORES E VASOS – Aquele buquê preferido se conservará por mais tempo se você adicionar um pouco de sal à água da jarra ou do vaso. Um vaso fundo pode ser lavado despejando-se nele uma solução de sal e vinagre. Deixe-o em repouso com esta solução por algum tempo e depois dê uma sacudidela enxaguando-o com água pura. Flores artificiais podem ser arrumadas artisticamente colocando-as em um leito de sal umedecido. À medida que o sal seca, ele se solidificará, firmando as flores em definitivo no lugar.

COZINHA QUEIJOS – Mofos (fungos) se desenvolvem nos queijos, mesmo naqueles que não desejaríamos ver mofados. Para evitar o mofo, antes de colocar o queijo na geladeira, enrole-o em um pano umedecido em água
salgada.

ÁGUA FERVENTE – não vamos ensinar como ferver água. Mas o sal é condutor de calor. Assim, para esquentar mais rapidamente a comida, ponha-a num prato sobre uma panela com água, com um pouco de sal, e aqueça-a.

PROTEÇÃO CONTRA FORMIGAS – Não deixe as formigas fazerem um piquenique em sua casa. O sal as manterá afastadas do chão da cozinha e do balcão da pia. O segredo é borrifar sal ao longo dos rodapés, nos cantos dos cômodos e nos balcões dos armários.

GELADEIRAS – Sal e solução de bicarbonato de sódio limpam e perfumam o interior de sua geladeira, com a vantagem de não arranhar o esmalte como o fazem alguns produtos mais fortes de limpeza.

PRATOS DE OVOS – O sal torna melhor o sabor dos ovos e facilita, também, a limpeza da louça suja de ovo. Imediatamente após o café da manha, borrife sal nos pratos para então lavá-los quando você tiver tempo.

PANELAS ENGORDURADAS – Panelas de ferro engorduradas poderão ser facilmente lavadas se você puser um pouco de sal nelas e esfregá-las com um papel. *Esfregada rápida com sal de mesa removerá as mais resistentes manchas de chá em suas xícaras.

LIMPADOR DE FORNO – Você confiaria no sal e na canela? Não como um presente ao paladar, mas como um excelente restaurador do forno? Pois bem, o sal e a canela eliminam o cheiro de comida queimada. Borrife-os enquanto estiver quente. Quando seco, remova as manchas de sal com uma escova dura ou pano.

COMIDA QUEIMANDO? – Jogue sal rapidamente sobre a comida ou sobre a gordura quando estiverem incendiando. Nunca use água. O sal extinguirá as chamas.

AROMATIZANTES” SALGADOS – Acredite se quiser, o sal pode perfumar as garrafas térmicas, moringas ou outros recipientes fechados. Vegetais de aroma forte serão suavizados se forem colocados por 2 ou 3 minutos em água fervente (depois lave-os por 2 ou 3 minutos em águas fervente (depois lave-os e cozinhe-os com o tempero de sua preferência).
As aves domésticas ficam mais saborosas se esfregadas com sal, por dentro e por fora, antes de serem colocadas para assar.
Retire o amargo das cafeteiras enchendo-as com água e adicionando 4 colheres de sopa de sal. Depois enxagúe em água corrente.
Perfume o hálito, após comer cebolas, mordendo uma ou duas fatias de limão bem salgado.
O cheiro desagradável de cebola, e eventuais manchas de frutas e legumes nas mãos, poderão ser retirados com sal.

SAL PARA GOURMETS – Revigore as saladas borrifando sal antes de servi-las.
Se você colocou sal demais na sopa, recupere-a, colocando fatias de 1 ou 2 batatas para absorver o excesso (depois é só retirar as batatas e usá-las para outra finalidade).
Esfregue a grelha com um pequeno saco de pano cheio de sal para evitar que fique grudando e queimando. Use o mesmo artifício quando fritar peixe, borrifando antes a grelha com um pouco de sal.

LIMPANDO TUDO EM VOLTA – Para tirar o cheiro e evitar que o cano da pia da cozinha fique entupido pela gordura, use uma salmoura concentrada.

Esfregue as tábuas de pão e de cortar, não pintadas, com um pano embebido em sal, depois de terem sido lavadas com sabão e água; elas parecerão mais novas.

As vassouras novas se conservam mais, se mergulhadas em água salgada quente. E você pode dar vida nova às esponjas, colocando-as em água fria salgada, após serem usadas.

BANHEIRO TRATAMENTO DE BELEZA – Muitas pessoas famosas usam sal com óleo de oliva, como estimulante facial. Misturados em forma de pasta, a fricção do sal e a lubrificação do óleo dão um novo tom à pele cansada, ou bronzeada em excesso.

BANHOS DE SAL – Para ajudar a relaxar a tensão, massageie a pele úmida com sal antes do banho. É claro, pés cansados sempre respondem bem a um banho quente de água e sal. Tambem pra limpeza..no sentido mágico o sal é excelente nos banhos. *Não esquecendo que após seu uso devemos sempre tomar um banho energizante.

TRATAMENTO COM SAL – Um gargarejo com água e sal muitas vezes alivia irritações da garganta e da boca. E os seu dentista, provavelmente, irá lhe ensinar a usar partes iguais de sal e bicarbonato de sódio para limpar os dentes e conservar suas gengivas saudáveis. A mesma mistura perfuma o hálito também.
Imite a natureza fabricando lágrimas: 1/2 colher de chá de sal em 1/2 litro de água é um bom colírio, que alivia tensões e descansa os olhos.

LAVANDERIA ELIMINADOR DE ESPUMA – É desagradável quando a máquina de lavar derrama espuma; então, mantenha o saleiro à mãos e borrife sal quando a espuma ameaçar transbordar.

REALÇANTE DE CORES – Antigamente, era comum as donas-de-casa lavarem chita com água e sal para fixar a cor. Hoje as cores dos tecidos já vêm fixadas, podendo os mesmos irem para a máquina de lavar sem problemas. Entretanto, o sal torna mais clara as cortinas laváveis e os tapetes de fibra.

OUTROS AUXÍLIOS PARA A LAVAGEM DE ROUPAS – Retire as manchas de suor das roupas, colocando-as de molho em água com sal antes de lavá-las (4 colheres de sopa em “1 litro” de água). Clareie os tecidos de algodão ou linho amarelecido, fervendo-os por 1 hora em solução de sal e bicarbonato de sódio.
Outro segredo: em climas muitos frios, as roupas não irão congelar no varal, se você acrescentar um pouco de sal na última enxaguada.
Tire as manchas de roupas (inclusive as manchas de sangue), colocando-as de molho em água fria com sal; lave com água morna, depois coloque-as em água com sabão e ferva após a lavagem.
Precaução: Proceda assim somente com tecidos de algodão, linho ou outros que possam receber calor alto.

MÁGICA-MOFO – Quando as roupas ou os artigos de casa mofarem, molhe os locais manchados com uma mistura de suco de limão e sal, e depois estenda-os ao sol, no varal, para um descoramento natural. Complete o tratamento com uma lavagem completa e secagem

QUINTAL CUIDADOS COM ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO – As pulgas gostam tão pouco de sal quanto os animais de estimação gostam das pulgas. Para afugentá-las, experimente borrifar sal no seu cão ou gato. De vez em quando uma boa borrifada na casa do cachorro ajuda a afastar as pulgas.

LIMPEZA DE BRONZE – Maçanetas e outras peças de bronze adquirem novo brilho quando esfregadas com uma pasta de sal, obtida misturando-se partes iguais de sal, farinha de trigo e vinagre. Deixe por 1 hora ou mais e depois limpe com um pano macio ou uma escova para dar o polimento final.

Para peças de cobre, proceda da mesma maneira.

PÁRA-BRISA DE CARROS – Esfregue um pouco de sal umedecido na parte externa do pára-brisa de seu carro para evitar aderência do gelo, da neve ou geada.

PASSAGENS E CAMINHOS – No inverno, espalhe sal nas passagens e caminhos, para evitar o endurecimento do gelo e da neve. Para derreter o gelo e a neve, espalhe sal na calçada, na base de 270 gramas por metro quadrado.
“Zombe” de seus vizinhos espalhando sal assim que a neve começar a cair; ao amanhecer, sua calçada será a única limpa nas redondezas (isto se não nevar mais do que “7,5 cm”). Uma dica para quem está morando fora do país.

SORO CASEIRO – Para crianças que apresentam sintomas de vômitos e diarréias: adicionar 1 pitada de sal e 1 punhado de açúcar, ou então, 2 colheres de sopa de açúcar e 1 colher de café de sal, a 1 litro de água filtrada fervida. Dar para a criança pequenas doses de 1/2 em 1/2 hora. O soro caseiro deve ter o gosto da lágrima.

ENCERRANDO CICLOS


* Recebo sempre textos, vídeos, enfim, materiais belíssimos em meu e-mail, partilho aqui no blog alguns que acredito são úteis para nosso conhecimento, curiosidade e reflexão. Nem sempre recebo o nome do autor para lhe dar o devido crédito, porém, fica aqui o conteúdo e meu agradecimento. Rubia Zaia

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido
das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que
levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e
todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando
tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados
ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação
com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou
doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo
em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões quesempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é
uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes
de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..

E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

Fernando Pessoa


A EDUCAÇÃO SEMPRE EM PAUTA

Além desse blog tenho http://asencantadas.ning.com. Segue aqui um texto que Marli postou nas Encantadas e que resolvi partilhar aqui. Boa reflexão!



No amplo teatro, alugado especialmente para o encontro, se reuniam autoridades de todo o estado. Discutia-se a questão de verbas para as tantas necessidades das diversas comunidades.

Horas foram planejadas para se apresentarem as necessidades, as estratégias de redução de gastos, a mais correta divisão dos recursos a fim de que todas as áreas fossem bem atendidas.

Planejava-se ali o atendimento à criança, ao jovem, ao idoso, à gestante, ao carente. Nenhum detalhe estava sendo esquecido.

As autoridades se revezavam ao microfone, falando de metas a serem alcançadas, de trabalho sem descanso a ser realizado. Enfim, fez-se uma pausa para um pequeno descanso.

Todos demandaram o amplo salão onde várias mesas apresentavam o lanche com pães, doces, salgados, refrigerantes, café, água.

Entre um e outro salgadinho, os colegas aproveitavam para trocar idéias, para cumprimentar aqueles que já haviam discursado.

Retornando ao teatro para a continuidade dos trabalhos, um dos participantes levou um copo com refrigerante. Quase ao transpor a porta, a senhora encarregada da recepção pediu licença e lhe lembrou, conforme avisos afixados em vários lugares, que ele não poderia adentrar no teatro com o refrigerante.

O homem, até então muito educado, olhou-a de cima e falou alto:

- A senhora sabe com quem está falando?

A senhora de pronto respondeu:

- Não senhor.

Ao que ele explicou:

- Pois saiba a senhora que eu sou fulano de tal, e foi dizendo o cargo que ocupava no Estado.

Ela, ainda e sempre educada, prosseguiu:

- Muito prazer em conhecê-lo, senhor. Mas devo continuar lhe dizendo para não entrar nas dependências do teatro com o refrigerante. Mais do que ninguém, o senhor como autoridade de um município do nosso estado sabe o quanto custa o patrimônio público e quanto custa para o manter.

- O senhor é encarregado de zelar pelo dinheiro do povo e dar ao povo o melhor. O senhor, em sua cidade, zela pelas praças, pelos jardins, pelo teatro, a biblioteca pública, o museu, as escolas. Mais do que ninguém o senhor sabe que o dinheiro público não pode ser desperdiçado. O refrigerante que o senhor deseja levar para o teatro pode derramar e manchar a poltrona ou o tapete. E haverá necessidade de se gastar para a substituição de uma ou de outro.

O homem olhou para a mulher, deu meia volta, depositou o copo de refrigerante sobre uma mesa próxima, voltou para a entrada do teatro e disse:

- A senhora tem toda a razão. Obrigado pela lição.

E retornou para os trabalhos com seus colegas.

***

A verdadeira humildade está em reconhecer os próprios erros, não importando o cargo ou a função que se ocupa.

E todos podemos ser educadores, onde quer que estejamos. Podemos dar o exemplo, fazendo. Podemos falar, demonstrando o que é correto realizar.

Sempre que falemos com educação e demonstremos bom senso no que pedirmos, com certeza, seremos ouvidos e atendidos. É que nem sempre estamos dispostos a realizar este trabalho e preferimos deixar passar. Com isso, estamos perdendo uma oportunidade sem par de melhorar o mundo em que nos encontramos.

16 de abril de 2010

MUSEU AFRO BRASIL



Amo a Cultura Afro e ai vai uma dica para você e toda sua família: Visitem o Museu Afro Brasil. Quem é visitante ou pretende conhecer nossa querida São Paulo não pode perder esse passeio cultural. Também tem um texto de Luiz Carlos Santos. Leiam!

Localizado no Parque do Ibirapuera o museu apresenta a grande influência afro que tivemos em nossa história, um retorno ao passado, desde a época da exploração do Brasil vemos o quanto da cultura africana faz parte do nosso dia a dia e nem nos damos conta disso.

O endereço é:
Museu Afro Brasil
Rua Pedro Álvares Cabral, s/nº
Pavilhão Manoel da Nóbrega
Parque do Ibirapuera, portão 10
04094-050 - São Paulo, SP
Outros telefones: 5579-8542 / 5579-7716 / 5579-6399

e-mail: agendamento@museuafrobrasil.com.br

- O Museu funciona todos os dias, exceto às 2ªs feiras

Horário de atendimento:
Público espontâneo: das 10h às 17h
Visitas agendadas: das 10h às 17h

Museu Afro Brasil: Imagens, Sons e Sentidos de um novo tempo!
Luiz Carlos dos Santos

Resumo: A presença negra na sociedade brasileira sempre foi escamoteada e/ou tornada exótica na sua dimensão de matriz formadora da brasilidade.
Ser Negro no Brasil é, como já sabemos, uma posição política consciente das questões de raça e classe, principalmente nesses tempos de afirmações ideológicas, em que ser a favor de cotas é, em ultima instância, reeditar a campanha abolicionista ou ainda ameaçar a democracia racial brasileira.
Por isso, a atualidade do Museu Afro Brasil, em São Paulo, é reveladora do que podemos invocar, através do seu acervo, como a matriz africana e o povo dela resultante compõem a imagem, o som e o ser brasileiro.
Pensado de forma dinâmica, o Museu Afro Brasil não é um museu do negro, mas sim um espaço cujos arranjos históricos e museu lógicos evidenciam a profundidade da importância dos negros na constituição do país.
Espaço raro, pensado e dirigido por um negro, evidencia através de seu acervo, a sensibilidade histórica de Emanuel Araújo, responsável pela visão diferente de museu que orienta o Afro Brasil, mas que, no entanto, como a maior parte de iniciativas que contemplam a presença negra em nossa precária democracia racial, encontra-se vez por outra, com a sua existência ameaçada.
Por que isso acontece e como acontece são algumas das questões que pretendemos discutir
A importância do Museu Afro Brasil na reinterpretação da História, da Estética e da Educação dos Negros Brasileiros.
A presente comunicação é um primeiro passeio pelos caminhos da identidade e da estética formadoras da imagem do que acreditamos ser o brasileiro. Nossa caminhada deve dar-se sempre com os pés no chão e tendo como medida mais geral, a concepção da sociedade como espetáculo, combinada de forma desigual com as relações sociais capitalistas que informam e formam sobre a chamada brasilidade, a partir do binômio raça e classe, entendidos os dois na sua dimensão política, portanto, não cabendo aqui aprofundamento teórico sobre a utilização do conceito raça.
Fomos acostumados, por meio da escola e, posteriormente, através dos veículos de comunicação de massas, a pensar o lugar do negro, na sociedade brasileira, como o lugar da exclusão, da não representação, da fantasmagoria e do exótico. Fomos acostumados e quase nos acomodamos aos lugares para os quais fomos empurrados.
O senso comum representa os museus como espaços de conhecimento congelado, o que já foi e merece ser guardado, e indo um pouco mais além, cultura expropriada. Espaço de preservação estética de objetos e história de civilizações submetidas. Enquanto os especialistas atribuem aos museus a tarefa de concretizar, sistematizando o conhecimento social, através de leituras e interpretações histórico-estéticas de realidades humanas no tempo e no espaço.
Com algumas exceções, os museus podem ser comparados com livros cujos textos são, majoritariamente, “coisas” concretas em que o nosso primeiro impulso é, geralmente, pegar, tocar, sentir, me parece, para realizar a imagem e só assim registrar o real. Portanto, é na concretização que as coisas parecem se explicar melhor, pelo menos numa visão mais tradicional da história ocidental, que vê no registro escrito, a modalidade privilegiada da memória comunicacional.
Para um museu como o Afro Brasil, cuja perspectiva de construção é dinâmica e nasce em um tempo em que o conceito de museu passa por profundas mudanças, é necessário ir devagar com o andor, pois além do santo ser de barro, ele também é um orixá.
Somos todos sabedores da vocação institucional dos museus de registrar e historiar os acontecimentos sociais, dimensionados seja no grupo, seja no indivíduo e expressos por meio dos sons, sentidos, objetos, imagens, cores e materiais diversos veículos imediatos e estéticos da cultura. Logo, este texto não pretende aprofundar e muito menos esgotar um conceito cuja construção encontra-se em crise, ou melhor dizendo, em processo de transformação, mas sim contribuir para repensar o lugar de destaque de um museu cuja característica central é recontar, através de seu acervo, a história de uma das matrizes mais importantes da formação social brasileira.
Só os depoimentos e expressões que registramos de visitantes, desde a inauguração do museu Afro Brasil, durante esses quase dois anos de existência – o museu foi inaugurado em 23 de outubro de 2004-, já indicariam a premência de um trabalho específico sobre a importância histórica, estética e educacional que este museu tem e representa para os afrodescendentes, em especial, e para todos os brasileiros, tanto nas dimensões operacionais e técnicas, como também na perspectiva histórica do museu.
Entendemos como dimensões operacionais e técnicas, os procedimentos de registro oral das manifestações significativas que o museu e seu acervo provocam, mais aquelas, que devido à mesma natureza, contribuem para contextualização das imagens do acervo com uma informação sonora. A perspectiva histórica é processual.
Os depoimentos orais dados em forma de agradecimento pela existência de um museu que apresenta, com destaque, a memória e a história do negro brasileiro nas suas dimensões sociais mais significativas, comprovam o sucesso do empreendimento. O impacto desse museu no seio de uma cultura letrada, embora movida pelo som e pela imagem espetaculares, deve merecer a nossa atenção e cuidado, para não confundirmos a oralização comum a essa sociedade, com a palavra falada negro-africana e afro-brasileira.
É importante demarcar a diferença, pois a nossa sociedade, como já dissemos/escrevemos, é hoje baseada no espetáculo, como nos ensina Guy Debord.
Nesse tipo de sociedade, a imagem e o som, em movimento, criam signos dinâmicos e efêmeros, cujos conteúdos superficializados não se fixam na memória, transformando o tempo de contato com qualquer produto, em unidade de consumo. Aqui a palavra falada, com o seu som e sentido, aparece esvaziada de vitalidade, o que transforma a oralidade em modalidade de linguagem coletiva e generalizadora, presente em todas as sociedades, marcadamente, nas sociedades de massa.
O racismo, instituído há mais de 500 anos, constituiu-se com a formação social brasileira e, de forma plástica, “naturalizou-se” como o espírito das relações raciais no país e vulgarizou-se como sombra da expressão sonora e visual dessa mesma relação. Costuma-se dizer entre nós que “brasileiro tem preconceito de ter preconceito”. Entretanto, as máximas, as piadas e o uso das palavras mostram o contrário, o não-racista se defende, dizendo que “gosta de preto como se fosse branco”. “Deixou de ser branco para ser franco. E quando pego em um comportamento preconceituoso ou racista sempre afirma que não é nada disso, não pois “tenho, inclusive, muitos amigos negros” e outras preciosidades, cujos sentidos não deixam dúvidas.
Não é o amarelo ou vermelho que se opõem ao branco, mas sim o negro e é por meio de imagens animadas e espetacularizadas de maneira fugaz e sucessiva que a sociedade forja identidades, como se estivesse produzindo aparelhos de televisão, em série. É aqui que as imagens e a própria concepção estética do Museu Afro Brasil, transforma os sujeitos historicamente silenciados, em agentes significativos de um modo de pensar, ver e viver que diluiu o recalque imposto e seu transformou em matriz, como já dissemos, da brasilidade.
Os valores estéticos são massivos, projetos temporários da indústria cultural, logo, beleza, cor e desejo são produtos e dependendo de seus valores sociais, reservas estéticas comercializáveis.
Mas como estamos tratando com pessoas, expostas em vitrines efêmeras e realidades virtuais, é fundamental não esquecer que nos alicerceis desta sociedade, tecnologicamente avançada, está a escravidão e todos os valores que ela construiu e destruiu, a começar pela imagem, concretização da identidade.
A ausência da imagem de homens e mulheres negros nos veículos de comunicação de massa ou a sua presença estereotipada é a continuidade de uma política cínica de exclusão sócio-racial que, em pleno século XX, ainda procura legitimar a passagem bíblica da Maldição de Cam – em que Noé após ser visto nu e bêbado pelo seu filho caçula Cam, amaldiçoa a ele e a todos os seus descendentes, a ser escravo dos seus irmãos-, injustificativa político-religiosa que deu suporte ideológico à escravidão de populações negro-africanas e que se cristalizaram em poesias de Gregório de Mattos, no século XVII.
Numa sociedade do espetáculo, a imagem é essencial, é marca de identidade e, ao mesmo tempo, produto. Em um museu, como o Afro Brasil, que tenha um conceito em perspectiva, a sua existência é a não garantia de que pessoas e suas culturas, agora sob uma nova roupagem, sejam transformadas de forma desigual, mas combinada, em mercadorias, sem história. Marcas e modas e de um tempo desumanizado, presentificado pela lógica do mercado, apesar de racializado.
A compreensão que temos de tudo isso, leva-nos a crer que o acervo de um museu com mais de quatro mil peças, permanentemente expostas, num espaço geograficamente privilegiado, o Parque do Ibirapuera, com entrada gratuita para os seus visitantes, em média 6 mil pessoas, por mês, sem divulgação regular na imprensa, concede-nos a possibilidade e prazer de nos enxergarmos em um espelho onde deixamos de ser sombras e espectros para nos vermos imagens, sons e sentidos produtos de civilizações que, seqüestradas e expropriadas de seu espaço geográfico cultural, fizeram História com os seus corpos e crenças, transformados em memórias cheias de vida e energia, forjadas na luta e na persistência de ser e viver livre.
O Museu Afro Brasil é para além da surpresa estética que provoca, um livro de história em que os acontecimentos e personagens conversam com visitante, estabelecendo um diálogo infindável e que continua para além do seu acervo e de suas paredes.
Do Navio Negreiro à Biblioteca há uma ruidosa e instigante viagem cujo roteiro poucas vezes se completa em uma segunda visita. A África deixa de ser a terra de Tarzan, o país dos negros, para reocupar o seu lugar de berço da humanidade, lugar de civilizações, de culturas, enfim, de homens e mulheres filhos do sol e da terra, cujo respeito aos ancestrais, garantiu-lhes e ainda garante identidade e força vital.
Seja pela suas crenças, festas, seus artistas, seus pintores, seus escultores, engenheiros, médicos, professores, músicos, escritores, poetas, jornalistas, políticos, revolucionários. Seja pelo domínio ferro, do bronze, do barro, do outro, das cores, da madeira, do gado, da agricultura, em fim da vida.
O olhar de feliz surpresa e os comentários simpáticos feitos durante as visitas, tanto da exposição do acervo, quanto das temporárias, se considerados juntamente com os registros escritos no livro de presença do museu, dão-nos a dimensão do que representa este espaço em uma cidade cosmopolita como São Paulo, com os seus quase 6 milhões de habitantes afrodescendentes atomizados por suas periferias, em uma população de 18 milhões de pessoas. Aqui está uma outra razão para a importância do Museu Afro Brasil.
A vocação formadora de um museu é concomitante à sua marca informadora. Um museu tem nas peças do seu acervo a concretização de momentos históricos capazes de preencher vazios de identidade e fazer transbordar lacunas de dignidade.
O Museu Afro Brasil, com o seu acervo e mais as atividades que realiza junto à comunidade negra e também aos demais setores sociais, por meio de seus cursos de formação de professores da rede pública – atendendo à lei 10639 que obriga as escolas do país a ensinarem História da África e Cultura Afro-brasileira, seminários e encontros com Comunidades Remanescentes de Quilombos, com jovens ligados a movimentos musicais, literários, teatrais e outros, confirma a sua importância no cenário paulistano e brasileiro.

8 de abril de 2010

SOPA DE ABÓBORA, HORTELÃ E ALFAZEMA



Com esse friozinho só uma sopinha deliciosa. Use a imaginação e acrescente outros ingredientes!

Ingredientes
1 kg de abóbora moranga descascada e picada
1 tablete de caldo de carne
4 xícaras de chá de leite desnatado
1 cebola média picada1 xícara de chá de hortelã picada
1 raminho pequeno alecrim (use só as folhinhas)
1 colher de café de florzinha de alfazema (para salpicar em cima quando estiver pronta)
Sal a gosto

Modo de preparar:
Coloque em uma panela a abóbora, o tablete de caldo de carne esfarelado, o leite e a cebola
Leve para cozinhar e, assim que ferver, reduza o fogo e cozinhe por 20 minutos, ou até a abóbora ficar macia, mexendo de vez em quando
Acerte o sal
Misture e retire do fogo
Transfira a metade da sopa para o liquidificador e junte a hortelã e o alecrim
Bata por 1 minuto e despeje na panela com a sopa restante Misture e distribua nos pratos
Beijos
Rúbia Zaia

6 de abril de 2010

DANÇA CIGANA: ALEGRIA, PRAZER E CURA!



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Dançar é viver. É estabelecer uma relação íntima com seu EU através dos movimentos, comunicar-se através do corpo e a celebração da vida com alegria e prazer. A dança cura, traz crescimento e nos purifica. Como a voz do povo dançante fala: “Quem dança seus males espanta”.
A dança sempre esteve presente na cultura de todos os povos do mundo e não seria diferente com o Povo Cigano. Sempre foi a forma de expressar sentimentos e promover transformações e uniões. Através da Dança Cigana descobrimos o sagrado feminino, a força do masculino e a grandeza de nossa alma. Em seus movimentos ritmados pelas batidas de nossos corações, criamos nossa própria dança interior, revelando nossa essência divina. É uma dança cheia de magia, sedução e principalmente revelação. Liberta-nos, rompe medos, ensina a valorizar nosso corpo e nos faz sentir o prazer de sermos quem somos.
Na Dança Cigana trabalhamos com os quatros elementos: fogo, terra, água e ar e através deles equilibramos o quinto elemento que somos nós. Em cada música nossa energia expande e faz conexão com o cosmos. No ritmo e em nossas expressões corporais realizamos uma verdadeira festa, cheia de vida, alegria e harmonia.
Para o corpo a Dança Cigana é o encontro com o sagrado. Como terapia a Dança Cigana promove, além da sociabilização, o auto-conhecimento, a auto-estima e a conscientização corporal.
A Dança Cigana é o nosso bem maior; bailamos para a vida seguindo a batida de nossos corações. Nossos movimentos são leves e soltos como nossas almas. Feliz daquele que usa a música, a alma e os movimentos para dialogar com a humanidade e reconhecer sua força interior.
Temos muitas razões para dançar. Então vamos lá...
- dançar nos deixa mais felizes e com uma enorme sensação de prazer, pois libera enzimas;
- dançar centra nosso ser, dá consciência corporal e ajuda a eliminar alguns quilinhos extras.
- dançar promove encontros, trabalha nossa sociabilização e manda para longe nossa inibição;
- dançando, conquistamos auto-confiança, superamos obstáculos e descobrimos nossa capacidade;
- dançar nos dá atenção, concentração e aprendemos a ordenar melhor nossas idéias;
- dançar rejuvenesce, desperta nossa criança interior e ilumina nossa alma e nossa vida!
Dance, viva e seja feliz! Muitos abraços de luz!

Rúbia Zaia
rubiazaia@hotmail.com

COSMOLOGIA: AS CORES E SEUS HUMORES




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Cor é uma sensação provocada pela luz sobre o órgão da visão, isto é,nossos olhos.
A luz é o resultado de vibrações de um campo, perpendicular à direção de propagação,com uma distribuição de energia contínua no espaço. (Ótica Ondulatória)
A luz é considerada como sendo formada por fótons. (Ótica Corpuscular)
Como as diferentes sensações que a luz produz no olho humano,as cores dependem da freqüência, ou comprimento de onda.
Se, cor é energia, ondas vibratórias e sensação. Aonde chegaremos?Possivelmente na afirmação de que o ser humano é energia pura, em variada concentração.
Sua vibração mais densa ou sutil, manifesta em sua expressão é captada por nossos sensores.
Os babilônios, Platão, Descartes, Newton, Huygens, Young e Fresnel, Maxwell e Hertz, Max Planck, desenvolveram suas teorias sobre luz e Cor. Esse último, um físico alemão.No início do século, em seus trabalhos, Max Planck evidencia que a luz é emitida e absorvida em porções de energia perfeitamente definidas, denominadas de “fótons”, partículas que apresentam um “quanta” de energia. Enquanto navegamos nas múltiplas informações disponíveis na web, procurando sobre cor, encontramos as seguintes expressões relacionadas ao assunto: ondas de rádio, microondas, espectro infravermelho, luz ou espectro visível, raios ultravioletas, raios x e raios gama.
É por aqui que Cosmologia e Psicodinâmica das cores, a meu ver, se alinham.
Dou preferência a Teoria Cosmológica contada pelos Indígenas. O motivo é o seguinte: Sempre que alguém tenta associar uma personalidade a uma cor, se observamos a pessoa com cuidado, percebemos que ela não expressa só um temperamento. A Cosmologia, contada pelos índios, diz que temos todos os 12 temperamentos. Esses temperamentos podem estar alinhados, equilibrados, atuando construtivamente ou, desalinhados, desequilibrados, atuando de forma destrutiva. Estas formas de expressão, estes humores, estão todos dentro do corpo, e, segundo suas crenças, a espera de instrução e espaço para se desenvolverem.
Portanto, somos efervescentes, uma potência a espera de oportunidade.
Alguns são comandados aparentemente por uma energia-cor, mas as outras estão ali e se deixam comandar ou se omitem, mas estão ali no corpo.
Você conhecendo essa teoria poderá, em algum momento, imaginar, onde estará esse aspecto em mim?Onde você se oculta “energia-cor”?
Ela (a energia-cor) precisa de informação/alimentação para ter destaque e ocupar o espaço que tem direito em você.
Expressão de cada cor
Seus equilíbrios e desequilíbrios

Cores que representam Ar
Branco
Composição: – A Luz!
Representação: – O Passado!
O que leva o branco em direção ao movimento:
- A originalidade. O humanitarismo. O bem para todos. A transparência nas ações.
A pureza. É a cor imaculada.
Ama universalmente de forma protetora. A amor a liberdade de todos, não só relacionado a família. É o doador.
Atuando em seu aspecto descendente (negativo):
- Tirania, excentricidade, fanatismo, libertinagem, revolta, perversidade, impaciência, doa esperando reconhecimento.
Uma expressão verbal do Branco: É seu!

Azul
Energia que racionaliza, que pergunta, que pesquisa, que busca a lógica sobre os outros temperamentos.
É o elevado, o científico, a razão, o intelecto, a administração dos pensamentos, a boa memória; aptidão para expressar-se pela palavra e pela escrita, apto sempre a adquirir conhecimento pela razão.
O azul recompõe as baterias energéticas, pois o ar está em todas as células do corpo. Na parada necessária após um exercício forte, percebe-se os mecanismos do corpo todo em direção à oxigenação, assim é o retorno à tranqüilidade, ao equilíbrio e à estabilidade. Isso se dá em termos físicos, mentais e emocionais. Quando se chega correndo e se quer falar, uma máxima antiga é válida: “Respire! Antes de falar, respire!”, e de preferência profundamente.
De forma semelhante após uma empreitada que absorveu muita energia, para retomar as rédeas da vida (ou do projeto) é preciso parar, refletir, reorganizar as idéias, observar. É uma forma de se orientar no ambiente e nas condições disponíveis.
Aquieta-se o corpo físico para dar prioridade à oxigenação, e com ela adquirir clareza mental e emocional.
Ao formular teorias desenvolve a capacidade de projetar-se para antever possíveis caminhos.O azul desloca-se de seu universo, a outros universos para aprender, adquirir conhecimento e retorna distribuindo o conhecimento adquirido, desloca-se novamente expande-se em compreensão e novamente distribui. Diz-se que o azul assemelha-se ao planeta Elno que não mantém um trajeto idêntico aos outros planetas e em sua trajetória a outros universos traz consigo força para empurrar os outros planetas em direção a um estágio superior, tirando esses de seu trajeto regular.
Seu aspecto descendente:- Presunçoso, esperto, desumano, ateu, negligente, sem princípios, indeciso e nervoso; nunca aprofunda realmente uma teoria, pois não está em busca de soluções e sim quer provar que está certo.
Uma expressão verbal do Azul: Será que tenho condições de ter?

Rosa
Infantil - A inocência. O brincar. A alegria límpida e pura. O prazer. O deleite. Atento a tudo que o circunda.O amor da criança. Apenas ama, sem motivos, sem limites.Brinca de imitar, faz de conta. Quando se aborrece, não brinca mais.Testa os limites o tempo todo; obedece por amor e por medo;Paralisa: por impotência frente a algo que, a seus olhos, é imenso, assustador.
Observação:É a cor predominante em todos até 12 anos.
Adulto – O Rosa adulto torna-se Magenta, a energia que traz em si uma profunda compreensão, capaz de dons como “perdão”. Afetuosidade, doçura, dedicação, reverência e gratidão.
Comprometimento e maturidade adquirida em conseqüência da convivência e experiência junto a outras energias.
Dons administrativos e grande compaixão. O Diplomata, exerce a ciência da cortesia; a capacidade de convencer pacífica e prazerosamente. Aprecia tudo o que é bom e bem feito. É o próprio desfrutar; é a gentileza.Também o ator, pode representar todas as cores se isso lhe der prazer.
Move-se através do Prazer. Atento a tudo o que o circunda. Brinca com a sedução. É o Amor incondicional. Não aceita limites, testa novas abordagens, novas formas de Comunicação.Amor profundo e admiração pelo outro(s) o elevam na direção de ações construtivas.
Aspectos descendentes:São eternos infantilóides, negam-se a crescer, negam-se a assumir responsabilidades.
Uma definição do Humor do Rosa: Isso às vezes é seu e às vezes não.

Cores que representam o fogo
Dourado
Representado pelo Sol. É o presente, o tempo conhecido, a ação conhecida. Vontade, força vital, individualidade, autoridade, coragem, maestria, responsabilidade, dignidade, generosidade, doçura, delicadeza, refinamento, o gosto pelo esmero e bom trato. É também, quem aponta caminhos, a ponta da flecha, segue a frente como a própria iluminação. Dificilmente se protege, pois possui uma aura benéfica, contagiante, sua identidade está no agir e no discurso idênticos. Uma pessoa com essas características, quando compreendido em suas ações é apoiado, protegido. Como dificilmente verá a si mesmo como separado da comunidade que ilumina, age confiantemente.
É reconhecido e valorizado pelas pessoas, constantemente consultado e quando fala é difícil não contar com uma sólida platéia.
Aspectos descendentes:Orgulhoso, arrogante, ambicioso, vangloriador. Aceita desafios sem perceber se conta com o apoio dos demais. Sem apoio torna-se um herói morto. A incompreensão de suas escolhas também pode torná-lo alvo de chacotas dos demais.
Expressão do Dourado: Isso sou eu!

Preto
É a primeira na ordem de nascimento de energias. Pai de todas as energias. É o futuro, pois ele é desconhecido. Imediatista, a energia que materializa, o sugar para si (obter bens). Criativo, tudo nasce do preto. É quem lida com o dinheiro. Protetor, equilibrado. Em geral misterioso, calado, cativante e magnético. Confiança interior, auto-afirmação. Práticos.
O adolescente usa muito o preto como opção, para isolar-se, para anular ou neutralizar o assédio a que esta exposto. É a cor do mistério e mantém as intenções no anonimato. Instigante.
A obscuridade das origens. É preciso vencer o nada, a escuridão em si (símbolo da ignorância) para assegurar a própria metamorfose (evolução).
Aspectos descendentes:Não lidar bem com o dinheiro, possessivo, ameaçador, usa o magnetismo para enganar, sugar o outro (vampirismo energético). Depressivo. Inseguros e instáveis.
Expressão do Preto: É meu!

Vermelho
Determinação, resistência, sexualidade, combatividade, agressividade, vontade de obter, espírito de luta. Um guerreiro nato. O social não lhe impede de fazer o que deseja e a moral lhe é própria, não se importando com os outros, se não estiver agindo em consenso com a unidade (corpo da pessoa). Quando atuante, percebe-se no corpo. É vivo, vibrante, sente-se o corpo completo, em uso, habitado. É um desbravador, o espírito de pioneirismo que nos eleva. Afetivo, perdoa com facilidade é grato.
Alegre, o vermelho é a própria alegria, uma alegria sólida que independe, não quebra, mesmo em experiências difíceis, grandes provações. É o bom humor em qualquer tempo.
Aspectos descendentes: Ácido, violento, grosseiro, cruel, rancoroso, vingativo, inapropriado, sexual em momentos indevidos, sente-se continuamente desafiado, desconfia de tudo e de todos. Joga o tempo todo na defesa-ataque. Ataca quem não pretende se defender ou não consegue. Diante de um desafiante com idêntica força, mostra-se covarde, esconde-se, foge do desafio. Omite-se. Impacienta os outros.Não reconhece autoridade, não respeita o corpo, a família, normas, amigos.
Uma expressão do Vermelho: Eu vou conseguir!

Cores que representam Terra
Verde
A amizade, a nutrição, a escolha, companheirismo. Energia da alimentação física, mental e espiritual. Tolerante, compreensivo, liberal, generoso, cooperativo, harmonioso, é a imagem da proteção e segurança. Cria um ambiente propício para decisões. Tem em sua natureza a evolução.
Bem-querer, perspicácia, é a percepção, expansão, otimismo, amor á humanidade no sentido de alimentar e não no sentido de salvar. É o poder da tradução e transformação das idéias em alimentação e nutrição cósmica. Paixão pela justiça e a verdade.
O corpo obedece ao espírito e o serve. Associado ao violeta é saúde. O tratamento. A cura.
Aspectos descendentes:A inconsideração, o jogo psicológico, a negação do alimento físico, mental ou espiritual. Paixão por paixão. É quem fornece drogas ao viciado, recebe ordens do marrom, banca o bonzinho, colabora com situações arbitrárias, porque quer ser querido, aceito. O corpo adoece por causa do espírito. É uma pessoa de espírito fraco.
Expressão do verde: Eu preciso disso

Amarelo
O equilíbrio dos opostos, mediador do branco e do preto. É questionador. É o interno. É o intuir.
Desenvolve a ideação, a ideologia, a anarquia ideológica, a vontade mágica, o ocultismo, a filosofia, divindade e iniciação. Jovial, alegre, risonho, brincalhão, divertido. Onde está um amarelo certamente há diversão. É o sonhador. Controlando sua loucura, o bom amarelo é capaz de fazer excelentes captações (intuir ou 6º sentido como é chamado comumente).
Aspectos descendentes: A cegueira mental, o estado mental caótico, a incoerência, intriga. É necessário cuidado para que não se aproprie do que não lhe pertence.
Expressão verbal do amarelo: É nosso!

Marrom
Coordena e administra tudo que é material. É a organização e a ordem física. Tudo tem seu espaço e momento. Segue uma agenda rígida e a cumpre. Jamais permite, quando ascendente, que uma cor-energia, invada ou inviabilize as condições de outra. Neste caso, nenhuma cor-energia da unidade (corpo) é preterida. Relacionada as propriedades, a paternalidade, às hierarquias (faz respeitar), ao domínio do espaço físico a que pertence. É estável, constante nas responsabilidades cotidianas, resolve questões complicadas de forma simples e direta. São pessoas sensatas. Diz não, com simplicidade e tranqüilidade, não retornando a um assunto já decido, o que atrai a antipatia de energias-cor, em especial as questionadoras.
É ciumento e até avaro, pois não desperdiça energia. Protege o que não pode se defender, portanto as coisas possuem tanta importância quanto as pessoas, pois sua aquisição despendeu energia. É o dono dos conhecimentos sobre a terra e daquilo que dela subsiste.
Aspectos descendentes: Desorganizado, não protege, impõe-se, ou mantém uma organização sufocante. Sua fraqueza é o álcool.
Expressão verbal do marrom: Isso é meu, isso é seu e isso é de vocês.

Cores que representam Água
Prata
O tempo. Surge em função da necessidade de ação, movimento, da não inércia.
Produz conhecimentos que sobrepujam a razão e que não são esclarecidos através dela.
É a comunidade, é um guerreiro com estratégia e o poder da invisibilidade, não é visto, não recebe louros. O dono do tempo. Pode espelhar e assim, não ser visto. É a capacidade de projeção, de distanciamento para estudar possíveis probabilidades. Reconhece o outro, nunca impõe.
Aspectos descendentes: Quer e pretende que ação e desejo sejam imediatos, em seu extremo são pessoas epilépticas. Nunca o tempo é suficiente para elas, não conseguem viver em comunidade, impõe, não respeitam os outros, principalmente não reconhecem o valor de uma convivência comunitária.
Expressão verbal da energia-cor Prata: Pertence ao movimento cósmico!

Azul Celeste
Criatividade, artes, o talento artístico e estético, beleza, harmonia, sensualidade, as afeições, as seduções. É a beleza em sua majestade. Sublima o vermelho e o traduz em sensualidade sustentada. Percebe-se no celeste sua força, determinação, capacidade realizadora e criadora. Movimentos soberbos, consciência do corpo, da mente e também da força de espírito.
A única energia dotada da capacidade de criação. Popular nas crenças africanas como a Rainha das Águas. Na mitologia como Afrodite. Suprema forma de amor, a maternidade.
Aspectos descendentes: A inconseqüência, seduz por vaidade, vaidade extremada. Voltado para si e para o espelho, não considera o outro.
Expressão verbal do celeste: Ele precisa disso.

Violeta
É o medo, útil aos sentidos na manutenção da condição de alerta,obriga a focar a atenção. A representação da Força. É quem tem estrutura para fazer o que é preciso.
Amputa-se uma perna, para que não se perca a vida.Associa-se ao verde para a boa saúde e a assepsia.É a energia da transformação.
O violeta é a mistura do vermelho e o azul, enquanto o vermelho despende energia, o azul as recompõe.
A pedra ametista é um símbolo violeta.A palavra ametista vem do grego e significa “não se embriagar”.
A única constância em vida é a mudança. Aprender é mudar. A embriagues distorce a percepção. Ao embrigado escapa o aprendizado, a atenção ao registro dos fatos. Em uma nuvem de embriagues, a realidade torna-se ilusão de ótica.
A purificação através da energia violeta é chamada de transmutação,que se dá pela queima de um carma (abdicar de um hábito, modo de agir, conhecimento ultrapassado, crença).
Queimar um carma é transformar em cinzas, pó! Nada sobra desta queima. Um Ser, agora livre de suas cargas, para recomeçar.Não como antes, mas com toda a amplitude adquirida ao observaro que virou cinzas e o que é real em sua existência. Essa visão é inesquecível e indiscutível.A realidade se impõe como vivência.
O porquê do uso da embriagues
Embriagues em sentido amplo, como qualquer forma de sedação dos sentidos
Mantemos a crença de que fomos criados a semelhança de Deus, portanto onipotentes, poderosos, e gostamos de aparentar imponência (visão imperfeita que temos do criador). Não parece imponente uma pessoa em transformação, é difícil estar atento a aparência, atento às impertinências alheias, ao posto que se ocupa nos palcos do mundo. Somos todos irmãos, em estágio e aspecto de crescimento diferentes, alguns momentos parecemos imponentes e em muitos uma massa distendida em modificação. O gosto por aparentar crescimento, em vez de crescer realmente, faz com que se escolha entorpecer os sentidos para manter a simulação. Tem-se a ilusão de que um “ser crescido” não sofre, sua compreensão parece muito avançada, o que representa sofrimento a um “não crescido”, a ele pode parecer bobagem. Medito sobre esse assunto, e a idéia que surge em minha mente é que, possivelmente sofra sim, os motivos talvez sejam diferentes.O despertar do interesse em um crescimento real, não é a certeza de que não haverá mais sofrimento, mas que deixaremos de sofrer tanto em nome da arrogância.Aceitar queimar as repetidas tentativas de burlar o universo entorpecendo os sentidos, é compactuar com sua exigência de desenvolvimento, de uma expansão da consciência.
A alegria, a felicidade está à disposição dos sentidos, através deles temos acesso a essa realidade, no caso de não estarem entorpecidos.
O violeta reflete nobreza, dignidade, respeito próprio.É a cor da realeza em sua forma mais sublime.Vibra com a força da integração da unidade. É um idealista prático, humilde. Aproxima-se para contribuir com a transmutação de uma situação.
Recebe a influência de outras cores. Sempre inter-relacionada com os outros temperamentos. Transforma toda a vivência em aprendizado (não comete o mesmo erro novamente). Um carma só chega a seu fim, quando o aprendizado se concretizou. A energia mesmo que colocada em idêntica situação, não comete o mesmo erro.
Sendo a décima segunda energia, serve de tampão para que todas as energias cumpram seus estágios de crescimento.
Aspectos descendentes: Sofre por tudo que possa não lhe agradar, mas nada faz para mudar o que lhe é adverso, além de queixar-se.Se obrigada a fazer algo, fará o impossível para provar que não adianta. Que não vale a pena.É a personificação da vítima impotente.Associa-se a outra energia para fazer o outro sofrer como ela sofre. Culpa outras pessoas por sua incapacidade(desejo) para adapta-se, ou melhor de transformar-se.
Uma das expressões do violeta: Queria ter, mas não tenho condições.
http://kuinzytao.wordpress.com/

COSMOLOGIA: UMA LENDA DIVULGADA POR INDÍGENAShttp://asencantadas.ning.com


Os índios, contam, que uma pessoa é uma fagulha de luz (que é 3),
captada na relação homem/mulher;
e que a cada 3 meses essa fagulha atrai outra fagulha
(que também é 3) e se une a essa;
que ambas, em 3 meses atrairão outra (que também é 3);
repetir-se-á mais uma vez essa atuação. Sendo que nesse instante,
não poderá mais ser contida pelo corpo da mulher, caindo na terra.
Uma mulher precisa estar “inspirada”, quando gestante.
A qualidade da inspiração atrairá luz de maior ou menor intensidade.
E assim, segundo a cosmologia contada pelos indígenas, a pessoa é composta de:
A fagulha que traz o ar (e que é 3): Rosa, Azul e Branco
- Comunicação, observação, sensações;
A fagulha que traz o fogo (e que é 3): Vermelho, Preto e Dourado
- Calor, eletricidade e magnetismo;
A fagulha que traz a terra (e que é 3): Marrom, Amarelo e Verde
- Os minerais, material que tomará forma;
A fagulha que traz a água (e que é 3): Violeta, Azul Celeste e Prata
- Umidade, flexibilidade, rapidez
Fonte: Kuinzytao